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22 de maio de 2015

Sobre Fotografias


Sou uma apaixonada por fotografia. Apesar de ser amante da arte, ainda não consegui estudar de verdade. 
Gosto mesmo é de fotografar gente em cenas comuns. Gente na rua, na feira, no ônibus, na praça. Gente rindo, desconfiada, gente comum fazendo o comum, o de sempre.
Com a chegada da fotografia digital, apesar da facilidade e frequência do registro de imagem, a foto impressa ficou rara. Quase ninguém  revela foto. Vai tudo para o HD, e se lembrar, vai também para uma nuvem de armazenamento que vai acabar sendo esquecida depois. 

Hoje a foto tem um objetivo, uma função, meio diferente daquela que tinha no passado. A foto de antes, tinha como papel principal ser guardada como lembrança,  para mostrar para a família no domingo à tarde, depois do almoço e antes do lanche das 5 horas. As crianças espalhadas pelo tapete e adultos no sofá. A foto ia passando de mão em mão. "Deixa eu ver", "vai passando pra mim"... e aí recordações e histórias  vinham à tona, e a gente ria ou chorava, ou escondia a foto para evitar alguma revelação escabrosa, para não virar a piada do dia. Como era bom isso...ou simplesmente quando a saudade apertasse a gente abria a caixinha de sapatos e mergulhava em meio aos momentos felizes congelados na imagem. 
Hoje o principal motivo da foto é postar no Instagram ou FB, que atire a primeira pedra quem puder.
Outro dia, enquanto remexia uma pilha de livros, encontrei no meio de um deles uma foto antiga, amarelada pela ação do tempo. Na foto estamos eu, meus irmãos e vários primos sentados no chão um ao lado do outro, e atrás de nós, minha tia, meu avô e minha avó sentados no sofá exatamente nesta ordem da esquerda para a direita. Orgulhosos por terem os netos ao redor. Nós, crianças na foto, tínhamos entre sete e doze anos. 
É uma foto comum, dessas de família, sem produção, sem photoshop, 
A geração de crianças da foto é hoje a geração adulta da família e os adultos já se foram. 
Quando encontrei a foto, todo aquele dia me veio à cabeça. Chorei. Recolhi as lembranças, e guardei a foto na caixa de sapato que é de fotografia.

 sem retoque. Alguns de nós despenteados ( acho que todos ), com exceção da minha avó que estava sempre arrumada.

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Quem sou eu

Gosto de escrever. Escrever para mim é uma necessidade, uma cura. Escrever é um ato de extrema entrega, é de dentro pra fora. Escrevo por urgência, escrevo por amor e com amor. Sou imediatista, intensa, e sonhadora! Defeitos? Tenho muitos, incontáveis talvez; melhor nem dizê-los.; Tenho uma alma sonhadora. Sonho, e como sonho...

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